Nuno Vitorino, presidente da Associação Portuguesa de Surf Adaptado (SURFaddict), é o dono do prótipo, produzido pela marca Janga Revolt, há alguns meses.
«Este fato foi idealizado pela SURFaddict e a Janga fê-lo. É o primeiro fato adaptado do mundo, tem velcros em baixo para permitir vesti-lo como um calção», explica Nuno Vitorino, acrescentando: «tem também um velcro que permite segurar as pernas, para QUE quando vamos a 'dropar' a onda as pernas não abram e não criem um foco de desequilíbrio».
O antigo nadador paralímpico, que ficou tetraplégico há 18 anos, garante que o fato «é muito mais elástico que os outros» e foi concebido com um propósito bem definido: «permitir que as pessoas com deficiência possam ser o mais autónomas possível e vestir o fato, o que na prática do surf é das coisas mais difíceis de fazer».
O fato, que tem num dos braços o slogan da SURFaddcit - a única ação de surf adaptado da Europa, "Nós não queremos saber se é difícil, apenas se é possível" - é uma criação exclusivamente portuguesa.
«É um fato totalmente português. Foi totalmente concebido em Portugal, só não foi produzido cá porque não existem fábricas que trabalhem neoprene, mas os detalhes técnicos e o desenho foram todos feitos em Portugal», explica.
Depois do protótipo já foram feitos mais três, todos à medida de cada um dos seus utilizadores.
«Cada fato é feito à medida de cada pessoa, pelo peso, pelo perfil motor de cada um. Cada estudo técnico tem que ser adaptado ao perfil motor de cada pessoa», refere o presidente da SURFaddict, que no domingo realizou o primeiro evento de surf adaptado nos Açores.
Além dos fatos adaptados, a SURFaddict desenvolveu também, em colaboração com a empresa XCult Surfboard, uma prancha adaptada e maior que as convencionais.
Criada há cerca de um ano, a SURFaddict tem como objetivo proporcionar a prática da modalidade a pessoas portadoras de deficiência motora, visual ou cognitiva.
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Fonte : Lusa
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