quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sensor no cérebro de tetraplégicos transforma pensamentos em ações motoras


   Cathy Hutchinson, tetraplégica há 15 anos, pôde beber um café com um braço robótico, graças a um sensor com 96 elétrodos colocado no cérebro. Esse mecanismo, chamado BrainGate, descodificou um pensamento, transformando-o numa ação motora, interpretada na perfeição.

Antes de executar uma ação, o cérebro do ser humano pensou-a, ordenando o seu corpo, no sentido de a realizar. Os tetraplégicos pensam as ações, mas são incapazes de as levar à prática. Até que um braço robótico e um sensor colocado no cérebro fazem o milagre.
Não, não é um milagre, mas um avanço na ciência, que consiste na descodificação de um pensamento, através do sensor BrainGate, colocado no cérebro, ligado a um braço robótico. Esta descoberta permite que os tetraplégicos possam executar as suas vontades.
Uma norte-americana que sofreu um Acidente Vascular Cerebral há 15 anos e que ficou tetraplégica pôde transformar estas palavras em atos, o que é notável: um tetraplégico consegue provar com movimentos uma teoria.
Cathy Hutchinson sofreu aquele acidente, mas 15 anos mais tarde viu ser-lhe implantado um sensor no cérebro, que recebe e interpreta as informações que resultam dos pensamentos desta paciente. A partir daqui, o BrainGate ordena ao braço robótico que cumpra todas as ordens que o cérebro de Cathy decidiu. E o resultado é a capacidade desta tetraplégica em tomar um café.
O trabalho foi desenvolvido pela Universidade de Brown, nos EUA, e esteve a cargo de dos investigadores John Donoghue e Leigh Hochberg, em parceria com cientistas da prestigiada Universidade de Harvard, com elementos do Governo norte-americano, com uma agência alemã e ainda a empresa DEKA.
Este mecanismo – que se encontra em fase de testes e que já contou com o ensaio em dois tetraplégicos – consiste na capacidade do cérebro em gerar impulsos que são transformados em movimentos do braço. A atividade dos neurónios é reunida graças aos 96 elétrodos dos sensores, que permitem dar a ordem aos braços robóticos, que a executam depois de a descodificarem.
Os investigadores vão continuar a desenvolver testes em pessoas que sejam tetraplégicas, no sentido de tentar que o método permita executar ordens mais complexas e de modo mais rápido. Este trabalho alarga os horizontes da ciência, ao permitir que as ordens do cérebro sejam executadas por máquinas.
Será o fim das limitações de pessoas capazes de pensar, mas incapazes de executar pensamentos. As descobertas feitas e os testes realizados permitem desde já aos tetraplégicos encarar a vida quotidiana livre de qualquer dependência.
Através do BrainGate, os investigadores pretendem que o cérebro provoque estímulos não só nos membros superiores, mas também nas pernas, para que os músculos sejam estimulados e ‘renasçam’.
Fonte: www.ptjornal.com

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