domingo, 26 de agosto de 2012

A vez deles por Sérgio Pires


A vez deles
Londres será, de 29 de agosto a 9 de setembro, a capital do desporto para todos - será a vez dos Jogos Paralímpicos. Haverá 28 atletas portugueses que, além das habituais dificuldades, venceram as suas limitações para aqui chegar. As medalhas que mostram são de glórias anteriores, as que os fazem exemplos de superação através do desporto.
A representação portuguesa nos Jogos Paralímpicos começou apenas em 1978. Ainda assim, ao longo de três décadas de participação em oito olimpíadas para pessoas com deficiência, já conseguiu mais medalhas do que as 23 alcançadas em cem anos de participação olímpica. Ao todo contam-se 85 pódios em 11 modalidades, com o atletismo (cinquenta medalhas) e o boccia a destacarem-se (22).
Lenine, David, Filomena, Ricardo, Raquel, João Paulo e Sara, tal como o resto da comitiva lusa, esperam aumentar o palmarés nacional este ano, em Londres. O mais importante eles já conseguiram: chegar mais longe, mais alto e serem mais fortes, como se diz no ideal olímpico. E através do indomável espírito de desportistas vencerem cada barreira, mental ou física, que o dia-a-dia lhes apresenta.
DAVID GRACHAT
Natação
Amputado
David entrou pela primeira vez numa piscina aos 2 anos. Uma malformação congénita na mão esquerda levou o médico a aconselhar os seus pais a inscreverem-no na natação. Aos 11 ele já se destacava em competições pela Gesloures, tanto pelo talento como por um ou outro episódio caricato: «Em miúdo perdi os calções numa prova e fiquei nu dentro da piscina. Foi uma vergonha enorme, com toda a gente a rir-se nas bancadas. Mas sempre fui um rapaz extrovertido. Por exemplo, na escola nunca me deixei inibir pelo facto de ser amputado. Os meus colegas até me chamavam "Mãozinhas".»
Os genes de desportista são uma herança de família. «Sou primo do Realista [ex-jogador de hóquei em patins do FC Porto], tenho um primo em França que já foi vereador do desporto na localidade de Cambrai e selecionador francês de hóquei em campo feminino e o meu pai já foi árbitro de futebol e de futsal», conta o nadador de 25 anos, que em Londres, nas suas segundas Olimpíadas, vai tentar chegar às finais nas quatro competições em que participa - 400 metros livres, 100 metros livres, 50 metros livres e 200 metros estilos.
A preparação é intensiva à medida que os Jogos se aproximam. "Nadei 75 quilómetros numa semana num estágio que acabei de fazer na serra Nevada e habitualmente treino cinco horas por dia. Em Londres, vou encontrar pelo menos vinte nadadores com tempos semelhantes aos meus. Não vai ser nada fácil lutar com australianos ou norte-americanos», conta David, que garante que quando tiver tempo vai acabar o curso de Ciências do Desporto na Faculdade de Lisboa para um dia ser treinador de natação, modalidade da qual é recordista nacional em várias distâncias na sua classe.
Para já, concentra-se no desporto, como praticante e como adepto... de futebol, que faz tudo para assistir aos jogos do seu Sporting em Alvalade: «Não sou adepto de sofá. Sou doente, como diz a minha mãe. Choro tanto quando o Sporting perde como quando ganha...»
David Realista Grachat
Idade: 25 anos
Modalidade: Natação
Categoria: Amputados
Treinador: Carlos Mota
Clube: Gesloures
Local de treino: Piscina Municipal de Rio Maior
Feitos desportivos: Recordista europeu nos 100 e 50 metros livres (2006) e medalha de prata nos 400 metros livres e de bronze nos 100 metros livres nos campeonatos da Europa (2009)
RAQUEL CERQUEIRA
Salto em comprimento
Deficiente intelectual
Raquel andou na escola até ao 8.º ano, mas não sabe ler nem escrever. Este podia ser apenas o retrato de mais um caso de insucesso escolar, mas também acaba por ser um exemplo de sucesso desportivo de uma pessoa que nasceu com uma deficiência intelectual acentuada. Aos 17 anos, ela encontrou no atletismo um rumo para a sua vida, quando a professora do ensino especial a entregou nas mãos de José Costa Pereira, selecionador de atletismo adaptado e treinador do Clube Gaia.
Conheceu o atual marido numa prova, mas só ela continuou a competir até hoje, por colocar o atletismo acima de tudo, apesar das dificuldades do dia a dia. «O meu marido deixou o desporto para trabalhar, mas adoeceu e agora está desempregado. Não é fácil viver com pouco mais de quinhentos euros mensais e depender de uma bolsa de atleta paralímpica de 322 euros, bem mais reduzida do que a dos atletas olímpicos e que chega com vários meses de atraso. Às vezes, tenho de jantar em casa dos meus pais para pagar as despesas de minha casa», lamenta a atleta de Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia, que não esmorece porém na vontade de triunfar na pista.
Em Londres, Raquel vai competir em salto em comprimento determinada pelo menos a conseguir um lugar na final. Ainda assim, confessa não saber como vai reagir ao impacte de competir num estádio com oitenta mil lugares. «Só de ver pela televisão já fico emocionada. Aquilo é impressionante, sobretudo para atletas como eu, que costumam saltar quase sem que haja pessoas a ver nas bancadas.»
Depois de cumprido em Londres o sonho de participar nuns Jogos Paralímpicos, Raquel voltará a tentar procurar emprego, talvez como ajudante de cozinha numa escola, a sua última profissão. A prioridade tem sido o atletismo, mas há outro objetivo no horizonte há demasiados anos: «Quero voltar à escola não só para trabalhar na cozinha mas também para aprender a ler e a escrever.»
Raquel Andreia de Sousa Faria Cerqueira
Idade: 29 anos
Modalidade: Atletismo (salto em comprimento)
Categoria: Deficiência intelectual
Treinador: José Costa Pereira
Clube: Clube Gaia
Local de treino: Estádio Municipal de Gaia
Feitos desportivos: Campeã mundial de 200 metros em pista coberta (Inglaterra, 2012) e campeã mundial de 60 metros em pista coberta (Estónia, 2008)
FILOMENA FRANCO
Remo
Deficiente vétebro-medular
Filomena tinha 18 anos quando um acidente de trabalho lhe transformou a vida por completo: «Trabalhava num supermercado e caí mais de oito metros no poço de um elevador. Tive uma lesão vértebro-medular que me deixou sem sensibilidade da cintura para baixo. Foi um acidente parvo. Sentia uma grande injustiça por ter ficado numa cadeira de rodas tão jovem...»
O sentimento de revolta deu lugar à vontade de seguir em frente e o desporto apareceu como um caminho a seguir. Filomena tentou a natação e o atletismo, mas há cinco anos abraçou o remo «como uma bênção» na sua vida, numa altura particularmente difícil. «Em 2005, perdi o meu pai, que era o meu pilar, meu ídolo, meu herói... A minha mãe ficou doente e também viria a falecer em 2008. O remo foi a minha psicologia. Sem isto, ia-me abaixo», conta a remadora de 37 anos, que meses depois de ter ido para o Douro experimentar a modalidade, a conselho de uma amiga, percorria o Estádio Olímpico de Pequim como porta-estandarte da comitiva portuguesa nos Jogos Paralímpicos.
O trabalho administrativo numa clínica ficou para trás depois da tentativa gorada de conciliar a profissão com treinos bidiários. «A balança pendeu para o remo. A vida é feita de sonhos e eu optei pelo meu», conta Filomena, que tem demonstrado ser um exemplo raro de perseverança. O falecimento do seu primeiro treinador fez que os seus colegas abandonassem a modalidade, desmotivados. Resistiu ela, que ainda hoje é a única praticante de remo adaptado em Portugal, dividindo os tempos entre a casa na Figueira da Foz e os treinos nos centros de alto rendimento do Pocinho e de Montemor-o-Velho. De lamentar só o muito tempo que passa sozinha, mas o objetivo é claro, depois de uma mão-cheia de medalhas em competições internacionais: «Vou a Londres para fazer melhor do que o 11.º lugar de Pequim.» O outro objetivo de vida virá num futuro não muito distante: «Quero seguir psicologia desportiva. Acho que essa vertente faz muita falta aos nossos atletas.»
Filomena Maria Rosa Esteves Franco
Idade: 37 anos
Modalidade: Remo
Categoria: Deficiência vértebro-medular
Treinador: Augusto Alberto Rodrigues
Clube: Naval 1.º de Maio
Local de treino: Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho
Feitos desportivos: Medalha de bronze em 1000 metros nos Campeonatos do Mundo (Nova Zelândia, 2010) e três medalhas de ouro em regatas internacionais
SARA DUARTE
Hipismo, dressage
Paralisia cerebral
Quando aos 7 anos Sara tomou pela primeira vez contacto com a hipoterapia, a conselho médico e por insistência de sua mãe, ela estava longe de se imaginar como a única representante do hipismo português nos Jogos Paralímpicos de Londres. Certo é que se sentiu, desde o primeiro instante, identificada com os cavalos.
Hoje, ela tem uma relação instintiva com o Neapolitano Murella, com o qual vai tentar repetir o melhor resultado conseguido pelo hipismo adaptado nacional: o quinto lugar nos Paralímpicos de Pequim 2008 em dressage (ou adestramento), disciplina de exercícios equestres que para ela são sinónimo de «trabalho e rigor».
Na verdade, a cavaleira, portadora de paralisia cerebral com 72 por cento de incapacidade física, e o seu cavalo são inseparáveis desde que há oito anos lho ofereceram: «O senhor Artur Machado, que tem uma coudelaria nos Açores, viu uma entrevista minha na televisão e decidiu oferecer-me este Lippizaner, raça austríaca com a qual todos os cavaleiros de dressage vão competir nos Jogos.»
Desde então, ela e o Murella têm colecionado títulos, como o heptacampeonato de Portugal ou uma medalha de bronze nos campeonatos europeus em 2009, e a melhorarem o dia-a-dia um do outro: «Este cavalo é como um grande amigo e potenciou todas as vantagens que o hipismo pode proporcionar a alguém que, como eu, tem paralisia cerebral. Com este desporto melhorei os meus movimentos, convivo muito mais... Faço uma vida mais normal.»
Na nova rotina de Sara passou a constar desde julho um emprego numa farmácia em Corroios, depois de no ano passado ter concluído o mestrado em Ciências Farmacêuticas. Para já, tem sido possível conciliar a atividade profissional com pelo menos uma hora de treinos diários na Academia João Cardiga, em Barcarena: «Tenho duas paixões e acredito que, com força de vontade e algum sacrifício, posso conciliar tudo, apesar de haver dias em que saio de casa às sete da manhã e só regresso às 21 horas.»
Sara Duarte
Idade: 28 anos
Modalidade: Hipismo (dressage)
Categoria: Paralisia cerebral
Treinador: João Cardiga
Clube: Academia Equestre João Cardiga
Local de treino: Academia Equestre João Cardiga
Feitos desportivos: 5.º lugar nos Jogos Paralímpicos (Pequim 2008) e medalha de bronze no Campeonato da Europa (2009)
RICARDO MARTINS DO VALE
Atletismo, 5 mil metros
Invisual
Ricardo chega todos os dias ao banco ainda antes das 8 horas da manhã. Em linguagem financeira ele é um trader, um gestor de ativos que negoceia ações, obrigações e operações cambiais em diversas praças bolsistas. Isso até às 17 horas, quando sai do trabalho e veste o fato de treino para ir correr 15 quilómetros no Estádio Universitário de Lisboa na companhia do seu guia.
Ricardo perdeu completamente a visão aos 13 anos quando o glaucoma lhe destruiu por completo o nervo ótico. Porém, não deixou que o facto de ser invisual lhe condicionasse a vida excessivamente. Quando entrou na Faculdade de Ciências de Lisboa para tirar o curso de Matemática ouviu que ali ao lado havia atletas invisuais a treinar e não descansou enquanto não foi conhecer o treinador José Santos, impulsionador do desporto para cegos em Portugal. «Sentia falta de uma atividade desportiva e comecei por hobby. Desde logo deixei claro ao meu treinador que se houvesse alguma coisa a ficar para trás seria o atletismo.»
Ao curso seguiu-se a profissão e a estes somou-se a esposa e o filho como grandes prioridades. Ainda assim, o meio-fundista não deixou de apresentar resultados. Em 2006 chegou a conquistar a medalha de bronze num campeonato do mundo na prova de 10 mil metros. «A minha imagem com dois quenianos no pódio abriu o Telejornal nesse dia», recorda Ricardo que, apesar da quinta posição nos 5 mil metros em Pequim 2008, em Londres já se dá por satisfeito com um lugar entre os oito primeiros, tendo em conta a forte concorrência dos africanos.
Para lá chegar, o atleta conta com o apoio do seu guia, um elemento fundamental no desporto para invisuais: «Os guias são os nossos olhos: dizem-nos os tempos de passagem, a posição em que estamos, se os adversários estão a ficar para trás ou se estão a atacar... Além disso, têm de ter uma forma física superior à nossa para aguentar o nosso andamento e puxar por nós se for necessário."
Ricardo Manuel Martins do Vale
Idade: 29 anos
Modalidade: Atletismo (5 mil metros)
Categoria: Invisuais
Treinador: José Jacinto dos Santos
Clube: ACAPO
Local de treino: Estádio Universitário de Lisboa
Feitos desportivos: Medalha de bronze em 10 mil metros nos Campeonatos do Mundo (Holanda, 2006), 5.º lugar nos 5 mil metros nos Jogos Paralímpicos (Pequim 2008)
JOÃO PAULO FERNANDES
Boccia
Paralisia cerebral
Poucos atletas no mundo podem gabar-se de serem bicampeões paralímpicos. João Paulo Rodrigues é um desses raros exemplos de sucesso desportivo e em Londres pode voltar a subir ao lugar mais alto do pódio para receber a medalha de ouro em boccia na categoria de BC1 - uma das quatro existentes, que difere das restantes por o jogador não ter autonomia suficiente para se movimentar na área de jogo sem o treinador.
João Paulo Rodrigues começou a praticar boccia há 14 anos. Foi no ensino especial que tomou contacto com esta modalidade em que os jogadores tentam atirar um conjunto de bolas o mais próximo possível de uma bola-alvo previamente lançada. Estranhou ao início o jogo, mas assim que entrou em competição não mais deixou de surpreender entre os seus pares.
«Comecei a competir em 2003. Fui campeão nacional e logo a seguir fiquei em primeiro lugar na Taça do Mundo. No ano seguinte, ganhei a medalha de ouro individual e por equipas nos Paralímpicos de Atenas em 2004 e em 2008 ganhei mais duas medalhas em Pequim - ouro individual e prata por equipas», recorda João Paulo, para quem este desporto representa bem mais do que um retumbante sucesso desportivo. «Se o boccia não existisse, eu estaria numa CERCI ou noutra instituição qualquer. Este desporto ajudou-me a crescer, a conhecer muitos países e sobretudo a pensar que nada é impossível, apesar de ser uma pessoa com paralisia cerebral. O importante é subir um degrau de cada vez, mas até escalar uma parede eu posso!»
Foi com esta filosofia de vida que o atleta de 28 anos foi vencendo cada desafio quotidiano, sempre com o apoio da mãe, que até trocou a casa na serra da Freita, em Vale de Cambra, por um apartamento em Aveiro. Tudo para que o filho estivesse mais próximo da universidade, onde está a tirar o curso de Novas Tecnologias para um dia procurar emprego como programador ou sonoplasta.
Para já, ele sobe na vida medindo bem cada degrau, vencendo gradualmente cada tarefa do dia a dia: «Aconselho-me com a minha mãe, que me apoia sempre, mas as decisões que tomo são minhas. Uma das mais recentes foi passar a viajar sozinho de comboio entre Aveiro e o Porto para vir treinar. O meu treinador bem me dizia que não era preciso a minha mãe ou os bombeiros trazerem-me aos treinos...»
João Paulo dos Santos Fernandes
Idade: 28 anos
Modalidade: Boccia
Categoria: Paralisia cerebral
Treinador: Luís Ferreira
Clube: ARDA-APPC
Local de treino: APPC Porto
Feitos desportivos: Três medalhas de ouro e uma de prata nos Jogos Paralímpicos (Atenas 2004 e Pequim 2008)
LENINE DA SILVA CUNHA
Salto em comprimento
Deficiente intelectual
Aos 29 anos, Lenine já perdeu a conta às vezes que se sagrou campeão nas diversas disciplinas do atletismo - salto em comprimento, triplo salto, heptatlo, pentatlo ou nas estafetas de 4x100 e 4x400 metros.
Com 134 medalhas em competições internacionais, ele é o português mais consagrado no desporto adaptado e, com a autoridade de um campeão, traça a sua meta para os Jogos Paralímpicos de Londres, onde disputa a prova de salto em comprimento: «Se não ganhar uma medalha, termino a carreira. Vai ser muito difícil, pois tenho três adversários fortes e, em 21 anos de atletismo, muito desgaste e algumas lesões.»
Para Lenine não há meias medidas. Desde o batismo que é assim. Os pais eram comunistas e quiseram dar-lhe com o nome do líder da revolução bolchevique para desagrado do padre da Afurada, núcleo piscatório de Vila Nova de Gaia. «O padre não queria batizar-me, mas as minhas tias fizeram um escândalo na igreja e ele lá teve de ceder», conta o atleta que, aos 4 anos, sofreu um ataque de meningite que lhe provocou uma deficiência intelectual. «A minha mãe encontrou-me na cama com convulsões e com 40 graus de febre. Perdi a fala, o que mais tarde me afetou na aprendizagem na escola, e fiquei com a visão e audição afetada do lado esquerdo», conta Lenine, ou Lenny, como prefere, para evitar conotações políticas.
Aos poucos foi recuperando as faculdades. Frequentou a escola até ao 8.º ano - recentemente completou o 9.º através das Novas Oportunidades - mas era na pista de atletismo que ele brilhava. A ponto de aos 17 anos ter sido convocado para os Jogos Paralímpicos de 2000, o que colidiu com o trabalho como ajudante de eletricista. «Na empresa ameaçaram-me de despedimento se fosse para Sydney durante um mês para participar nos Jogos e eu nem pensei duas vezes: "Adeus e até amanhã" e lá fui.»
Após a ausência de modalidades para atletas com deficiência intelectual em Atenas 2004 e Pequim 2008, Lenine vai, doze anos depois, voltar a participar nos Jogos Paralímpicos. Em Londres quer conquistar a medalha que lhe falta no curriculum, um objetivo que lhe tem tirado o sono: «Um destes dias sonhei-me a competir no estádio olímpico e a abraçar o meu treinador... Só não sei se o abraço era por ter ganho uma medalha ou por ali ter feito a minha despedida...»
Lenine Francisco da Silva Cunha
Idade: 29 anos
Modalidade: Atletismo (salto em comprimento)
Categoria: Deficiência intelectual
Treinador: José Costa Pereira
Clube: Clube Gaia
Local de treino: Estádio Municipal de Gaia
Feitos desportivos: 134 medalhas em competições internacionais. Campeão da Europa e do mundo em várias disciplinas do atletismo e detentor dos recordes do mundo do heptatlo, triplo salto e pentatlo (pista coberta).

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