Tocar muito bem um instrumento musical já é um desafio. Imagina reaprender tal habilidade e continuar sendo (ou passar a ser) reconhecido como um músico excepcional. Os cinco músicos abaixo sofreram acidentes que poderiam ter decretado o fim de sua carreira musical. Mas eles juntaram forças e deram um jeito de driblar as deficiências.
DJANGO REINHARDT – O jazzista belga de origem cigana começou a tocar ainda menino, primeiro violino e depois banjo e violão. Em 1928, aos 18 anos, Django sofreu um grave acidente: derrubou acidentalmente uma vela sobre as flores de papel que vendia com a esposa para ajudar nos custos. O l ado esquerdo do corpo do músico sofreu queimaduras de primeiro e segundo grau.
A mão e a perna de Django foram muito afetadas, tendo inclusive risco de amputação nos primeiros momentos. As queimaduras atingiram o tendão dos dedos mínimo e anelar, que acabaram perdendo a mobilidade. Apesar dos médicos terem anunciado que ele não poderia mais tocar instrumentos de corda, Reinhardt deu um jeito e não desistiu da carreira – os solos, porém, eram tocados apenas com os outros dedos da mão.
TONY IOMMI – O guitarrista britânico do grupo Black Sabbath já tinha talento musical, mas como veio de uma família pobre, precisou trabalhar em uma indústria metalúrgica quando jovem. Ao operar uma máquina da fábrica, Tony acabou decepando a ponta dos dedos médio e anelar da mão direita. O canhoto acreditou ter acabado ali os sonhos de seguir uma carreira musical.
Porém, um amigo de Tony lhe deu um disco de Django Reinhardt e lhe contou sobre o acidente que o músico de jazz havia sofrido. Iommi então ficou inspirado e resolveu não desistir da guitarra. Primeiro, ele tentou aprender a tocar como destro, usando a mão direita. Como não deu certo, acabou usando próteses.
Vale lembrar que o guitarrista, que posteriormente passou a fazer parte do Black Sabbath, é um dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos, elegido pela lista de 2003 da Rolling Stone. A foto abaixo deixa as próteses bem visíveis:
JERRY GARCIA – Assim como os outros dois músicos citados acima, Jerry também perdeu um membro em um acidente: aos 4 anos, 2/3 do dedo médio da sua mão direita foi decepado por um machado. Mas Garcia só aprendeu a tocar depois disso. Aos 15, ganhou o primeiro violão e, em 1960, já estava abalan do o mundo com sua banda de rock Grateful Dead, de que foi guitarrista e vocalista.
Foi em 1986 que Jerry iria enfrentar seu maior desafio na música. Depois de sofrer com o uso de drogas, com uma dieta pobre e com problema de peso, ele entrou em um coma diabético que durou cinco dias. Com isto, o guitarrista teve que reaprender algumas habilidades motoras básicas, além de praticamente aprender do começo mais uma vez a tocar guitarra.
CHET BAKER – Conhecido até entre os que não são fãs de jazz, o trompetista Chet Baker acabou se tornando viciado em heroína. E este vício quase destruiu sua carreira. Em 1966, por exemplo, Baker foi brutalmente espancado – perdeu vários dentes – ao tentar conseguir droga após um show em São Fran cisco, Estados Unidos.
Instrumentos de sopro exigem um uso preciso dos lábios, dentes e músculos faciais. Por isso, Baker teve que reaprender a tocar trompete com a dentadura nova, sem contar com as várias cicatrizes nos lábios e nas bochechas. Alguns especialistas acreditam que as falhas em sua arcada dentária acabaram piorando seu desempenho. Outros, porém, acham que tal acidente teria obrigado o músico a experimentar outras nuances e vertentes do instrumento, fazendo com que ele alcançasse sonoridades inconfundíveis.
RICK ALLEN – O baterista do Def Leppard já fazia sucesso na banda britânica de rock Def Leppard quando, em 1984, sofreu um acidente de carro. O seu Corvette capotou a caminho de uma festa de reveillon. A namorada de Rick, que também estava no carro, não sofreu ferimento graves. Ele, por outro lado, foi jogado para fora do veículo e teve seu braço esquerdo cortado, já que não usava o cinto de segurança corretamente.
Como o casal foi socorrido rapidamente, o braço de Allen foi recolocado. Porém, uma grave infecção obrigou que o membro fosse amputado novamente depois, e o baterista se viu desiludido. Com o incentivo de seus companheiros de banda – principalmente do vocalista, Joe Elliot –, Rick juntou forças e se uniu a engenheiros para projetar uma bateria que poderia ser tocada apenas com um braço e dois pés. Quatro anos depois, a banda voltou à ativa.
Fonte: Blog Passo Firme
Estes casos só provam que com amor à arte e determinação, as deficiências não são barreiras ao processo criativo!
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