Esta matéria é uma descrição do trabalho pelas palavras da própria autora, Mariana Pedroso.
Para uma jornalista que tem “mar” no nome, escrever um livro-reportagem sobre surf foi uma experiência única. O barulho do mar, o calor da areia, o colorido das pranchas, cruzando a rebentação, compuseram um cenário mais interessante do que qualquer redação de jornal.
Entretanto, apesar da beleza lúdica da praia, foram as histórias, a parte mais empolgante deste trabalho. Afinal de contas, foi a primeira vez que entrevistei pessoas que tinham motivos de sobra para ficar de mal com a vida, mas que preferiram fazer das dificuldades, uma motivação a mais para vencer.
Sempre quis fazer um trabalho de conclusão de curso que mesclasse jornalismo, diversão e responsabilidade social. Por isso, em dezembro de 2010, no final do terceiro ano de faculdade, dediquei várias semanas à busca pelo tema perfeito. Foi uma tarefa difícil porque, quase sempre, os assuntos pelos quais eu me interessava não atendiam os três requisitos básicos da minha proposta: leveza, relevância acadêmica e relevância social.
O resultado disso foram noites em claro e pesadelos terríveis onde, na maioria das vezes, eu era reprovada por não ter escolhido a tempo, um tema para o meu projeto. Mas, numa sexta feira de dezembro, enquanto conversava com meu pai e assistia vídeos no Youtube, me deparei com um vídeo em que vários surfistas com deficiência visual desciam a mesma onda. Essa foi a primeira vez que tive contato com o surf adaptado, uma modalidade, dentro do esporte, desenvolvida para pessoas com deficiência.
Animada, mergulhei fundo na pesquisa. Lembro de ter achado pouquíssimas matérias e artigos sobre o assunto, mas mesmo assim, não desanimei: anotei o nome dos autores, fiz uma busca pelas instituições que atuavam na área e procurei saber quem eram os praticantes do surf adaptado aqui no Brasil. Com a pauta em mãos, fiz aquilo que todo jornalista gosta de fazer: ir à campo, o que no meu caso, foi um pouco diferente.
Em dez meses de muito trabalho, suor, e-mails trocados e idas à praia, entrevistei surfistas adaptados, surfistas do circuito profissional, educadores físicos, psicólogos, shapers, fabricantes de pranchas, jornalistas, cineastas. Foi na areia da praia, com o soluço das ondas de plano de fundo, que conheci bonitas lições de vida, histórias de gente que encontrou no mar, a motivação para seguir em frente.
O resultado disso tudo é um livro de 226 páginas, sobre pessoas como eu e você, que gostam de viver e ir à praia no final de semana. Talvez, a única diferença que exista, é que elas surfam. Todo o resto é apenas detalhe.
Sobre a Autora
Filha de surfista, apaixonada por praia, Mariana Vasconcellos Pedroso tem 22 anos e é jornalista formada pela FAAT Faculdades. Em 2011, idealizou e escreveu o livro Na Onda do Surf Adaptado, e foi uma das 57 selecionadas para o 29º Curso Abril de Jornalismo.
Na internet, administra blogs de assuntos diversos, entre eles, o blog do livro sobre surf adaptado, que segundo estimativas do Google é visitado por pessoas do Brasil, Portugal, Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Espanha, Japão, Suíça, México e Canadá.http://surfadaptado.blogspot.com/
Já o perfil no Facebook, também sobre o projeto, totaliza pouco mais de 470 amigos, entre surfistas adaptados, surfistas profissionais, educadores físicos, jornalistas fotógrafos e pessoas que admiram a modalidade. Mais informações pelo emailmarianapedroso.jornalismo@hotmail.com
Para ler o livro, acesse o link a seguir Na Onda do Surf Adaptado
Fonte: surfbahia
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