quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Hipocrisia...

Quando em Portugal se anuncia que o Governo pretende reduzir, ainda mais do que fez Sócrates, as deduções fiscais das pessoas com deficiência, Passos Coelho vai a Londres tirar uma fotografia com os atletas paralímpicos e afirma que o grupo de 30 atletas nacionais que vão competir no evento é um "exemplo e inspiração" enquanto "pessoas que todos os dias lutam contra a adversidade e que fazem por superar-se a si próprios para se poderem integrar, para poderem viver de acordo com os nossos padrões de bem-estar e de dignidade pessoal e humana”.


Pois fique certo, Sr. Primeiro Ministro, que as medidas anunciadas são um excelente contributo para que as pessoas com deficiência, pegando nas suas palavras, não possam “viver de acordo com os nossos padrões de bem-estar e de dignidade pessoal e humana”.

Também pode ficar certo que não vamos ficar.

Texto: Jorge Falcato

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Paralímpicos 2012: Em busca das medalhas que faltam


Faltam 15 medalhas para que os atletas paralímpicos contem com 100 metais ao pescoço desde que Portugal compete nos Jogos Paralímpicos, há 40 anos. Em Londres 2012, as contas da comitiva lusa fazem-se com os resultados de 30 atletas, em cinco modalidades diferentes.
Paralímpicos 2012: Em busca das medalhas que faltam
A missão portuguesa, presente nos Jogos Paralímpicos Londres 2012 (© Comité Paralímpico de Portugal)
Foi só em 1972, o primeiro ano em que Portugal participou nos Jogos Paralímpicos, que os atletas portugueses não conseguiram subir ao pódio. A partir dessa altura, as restantes sete edições dos jogos foram várias as medalhas que brilharam ao peito dos atletas paralímpicos portugueses.
Os Jogos Paralímpicos regressam às suas origens, uma vez que a primeira competição para pessoas com deficiência decorreu na cidade inglesa de Stoke Mandeville, em 1948.
É na capital britânica que os atletas portugueses vão tentar conquistar o maior número de medalhas, apesar do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) ter avisado, antes da delegação portuguesa partir para Londres que, «não há que criar expectativas acima da realidade». Ainda assim, Humberto Santos, o presidente do CPP, acredita que «as perspetivas são as melhores», apontando o boccia, a natação e o atletismo como três modalidades onde os resultados poderão levar a um lugar no pódio.
Portugal vai estar representado nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, que terminam no dia 9 de setembro, por 30 atletas que vão competir nas modalidades de atletismo, boccia, equitação, natação e remo.
O cantor Luís Represas deu voz ao hino português para estes Jogos Paralímpicos, um canto em louvor aos atletas paralímpicos, onde a força é o mote principal
«Mais Longe» é o hino da missão portuguesa a estes Jogos Paralímpicos Londres 2012:
Fonte : TSF

Artistas com deficiência participam da abertura dos Jogos Paralímpicos de Londres





A rainha Elizabeth II e seu marido, o príncipe Philip de Edimburgo, vão presidir à Cerimónia de Abertura dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012 no estádio de Stratford. A Rainha será a encarregada de inaugurar os Jogos Paralímpicos acompanhada de seu marido, que na semana passada esteve hospitalizado cinco dias por conta de uma infecção na bexiga. A previsão é que 4,2 mil atletas, de 165 países, participem.

A Cerimônia de Abertura dos Paralímpicos, intitulada “Enlightenment” (“Iluminação”), acontece dia 29 de agosto (quarta-feira) com um espetáculo aéreo do grupo Aerobility, uma organização beneficente do Reino Unido que treina deficientes para serem pilotos.

Se a abertura dos Jogos Olímpicos foi um louvor ao universo britânico e o encerramento uma ode à riqueza musical inglesa, os protagonistas desta cerimônia – dirigida por Jenny Sealey e Bradley Hemmings – serão as pessoas incapacitadas.

Com cerca de 3 mil voluntários, mais de 100 crianças e 100 artistas profissionais, entre os quais antigos atletas paralímpicos, soldados feridos e crianças de diferentes bairros do leste de Londres, onde se concentram a maioria das instalações olímpicas, o ato será “uma celebração espetacular do espírito inspirador destes Jogos”, segundo os organizadores.

A cerimônia, para a qual restam entradas a preços entre 250 e 350 libras , prosseguirá com um espetáculo circense protagonizado por 50 artistas, alguns deles profissionais, mas a maioria será de militares em reabilitação e atletas que se prepararam durante dois meses para o evento.

Os diretores, que prometeram um espetáculo “profundamente humano”, preferem guardar as surpresas para a noite da cerimônia, mas alguns veículos da imprensa britânica especularam a participação do físico inglês Stephen Hawking.

Enquanto são finalizados os preparativos para a cerimônia e a adaptação do Parque Olímpico e das instalações esportivas para o evento paralímpico, quatro tochas viajam ao longo do Reino Unido transmitindo o espírito de superação deste evento à sociedade britânica.

Cada uma das chamas olímpicas foi acesa ontem nos pontos mais altos das quatro nações do país – Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte – de onde iniciaram um percurso pelas principais cidades para se unirem, no próximo dia 28 de agosto, em uma única chama em Stoke Mandeville, o berço do movimento paralímpico.

Dali fará uma viagem de 24 horas até a capital britânica, onde vai passar por alguns pontos turísticos como a Abbey Road, o Picadilly Circus e a Tower Bridge de Londres antes de chegar ao estádio de Stratford durante a Cerimônia de Abertura. Uma vez acesa, a chama iluminará a capital britânica até o dia 9 de setembro.

Fonte: Terra

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Colocação de rampas ou plataformas elevatória em prédios passa apenas a carecer de comunicação prévia ao administrador.


Os condóminos que no respetivo agregado familiar tenham uma pessoa com mobilidade condicionada, passam a poder, mediante prévia comunicação ao administrador e observando as normas técnicas de acessibilidade previstas em legislação específica, efetuar as seguintes inovações:

a) Colocação de rampas de acesso;

b) Colocação de plataformas elevatórias, quando não exista ascensor com porta e cabina de dimensões que permitam a sua utilização por uma pessoa em cadeira de rodas.

De referir que estas alterações entram em vigor no dia 13 de setembro de 2012, conforme publicado em Diário da República, na Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto, que procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, que estabelece o regime jurídico da reabilitação urbana, e à 54.ª alteração ao Código Civil, aprovando medidas destinadas a agilizar e a dinamizar a reabilitação urbana.

Mais informações, por favor, clique aqui.


Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto, procede à alteração ao Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro

A partir de 13 de Setembro 

Fonte: INR

Novas regras referentes à ATRIBUIÇÃO e ao PEDIDO DE RENOVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DO RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO (RSI), ao CONTRATO DE INSERÇÃO e aos NÚCLEOS LOCAIS DE INSERÇÃO (NLI)...


Portaria n.º 257/2012, de 27 de Agosto - Estabelece as normas de execução da Lei n.º 13/2003, de 21 de Maio, que institui o rendimento social de inserção (RSI) e procede à fixação do valor do rendimento social de inserção (RSI).

A alteração ao regime jurídico do rendimento social de inserção (RSI) regulado pela Lei n.º 13/2003, de 21 de Maio, concretizada através do Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de Junho, implicou a revogação do Decreto-Lei n.º 283/2003, de 8 de Novembro, e determinou que os procedimentos considerados necessários à execução da referida lei fossem aprovados por portaria do membro do Governo responsável pela área da solidariedade e da segurança social.

Nestes termos, a Portaria n.º 257/2012, de 27 de Agosto, vem estabelecer as regras referentes à ATRIBUIÇÃO e ao PEDIDO DE RENOVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DO RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO (RSI), ao CONTRATO DE INSERÇÃO e aos NÚCLEOS LOCAIS DE INSERÇÃO (NLI), tendo como preocupação a desburocratização e a simplificação do respectivo procedimento administrativo, com vista ao reforço da eficácia da protecção garantida por esta prestação.

O modelo de requerimento e de pedido de renovação da prestação de RSI consta do anexo à Portaria n.º 257/2012, de 27 de Agosto, da qual faz parte integrante.

VALOR DO RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO (RSI = 189,52 euros)
O valor do rendimento social de inserção (RSI) corresponde a 45,208 % do valor do indexante dos apoios sociais (IAS = 419,22 euros).

domingo, 26 de agosto de 2012

A vez deles por Sérgio Pires


A vez deles
Londres será, de 29 de agosto a 9 de setembro, a capital do desporto para todos - será a vez dos Jogos Paralímpicos. Haverá 28 atletas portugueses que, além das habituais dificuldades, venceram as suas limitações para aqui chegar. As medalhas que mostram são de glórias anteriores, as que os fazem exemplos de superação através do desporto.
A representação portuguesa nos Jogos Paralímpicos começou apenas em 1978. Ainda assim, ao longo de três décadas de participação em oito olimpíadas para pessoas com deficiência, já conseguiu mais medalhas do que as 23 alcançadas em cem anos de participação olímpica. Ao todo contam-se 85 pódios em 11 modalidades, com o atletismo (cinquenta medalhas) e o boccia a destacarem-se (22).
Lenine, David, Filomena, Ricardo, Raquel, João Paulo e Sara, tal como o resto da comitiva lusa, esperam aumentar o palmarés nacional este ano, em Londres. O mais importante eles já conseguiram: chegar mais longe, mais alto e serem mais fortes, como se diz no ideal olímpico. E através do indomável espírito de desportistas vencerem cada barreira, mental ou física, que o dia-a-dia lhes apresenta.
DAVID GRACHAT
Natação
Amputado
David entrou pela primeira vez numa piscina aos 2 anos. Uma malformação congénita na mão esquerda levou o médico a aconselhar os seus pais a inscreverem-no na natação. Aos 11 ele já se destacava em competições pela Gesloures, tanto pelo talento como por um ou outro episódio caricato: «Em miúdo perdi os calções numa prova e fiquei nu dentro da piscina. Foi uma vergonha enorme, com toda a gente a rir-se nas bancadas. Mas sempre fui um rapaz extrovertido. Por exemplo, na escola nunca me deixei inibir pelo facto de ser amputado. Os meus colegas até me chamavam "Mãozinhas".»
Os genes de desportista são uma herança de família. «Sou primo do Realista [ex-jogador de hóquei em patins do FC Porto], tenho um primo em França que já foi vereador do desporto na localidade de Cambrai e selecionador francês de hóquei em campo feminino e o meu pai já foi árbitro de futebol e de futsal», conta o nadador de 25 anos, que em Londres, nas suas segundas Olimpíadas, vai tentar chegar às finais nas quatro competições em que participa - 400 metros livres, 100 metros livres, 50 metros livres e 200 metros estilos.
A preparação é intensiva à medida que os Jogos se aproximam. "Nadei 75 quilómetros numa semana num estágio que acabei de fazer na serra Nevada e habitualmente treino cinco horas por dia. Em Londres, vou encontrar pelo menos vinte nadadores com tempos semelhantes aos meus. Não vai ser nada fácil lutar com australianos ou norte-americanos», conta David, que garante que quando tiver tempo vai acabar o curso de Ciências do Desporto na Faculdade de Lisboa para um dia ser treinador de natação, modalidade da qual é recordista nacional em várias distâncias na sua classe.
Para já, concentra-se no desporto, como praticante e como adepto... de futebol, que faz tudo para assistir aos jogos do seu Sporting em Alvalade: «Não sou adepto de sofá. Sou doente, como diz a minha mãe. Choro tanto quando o Sporting perde como quando ganha...»
David Realista Grachat
Idade: 25 anos
Modalidade: Natação
Categoria: Amputados
Treinador: Carlos Mota
Clube: Gesloures
Local de treino: Piscina Municipal de Rio Maior
Feitos desportivos: Recordista europeu nos 100 e 50 metros livres (2006) e medalha de prata nos 400 metros livres e de bronze nos 100 metros livres nos campeonatos da Europa (2009)
RAQUEL CERQUEIRA
Salto em comprimento
Deficiente intelectual
Raquel andou na escola até ao 8.º ano, mas não sabe ler nem escrever. Este podia ser apenas o retrato de mais um caso de insucesso escolar, mas também acaba por ser um exemplo de sucesso desportivo de uma pessoa que nasceu com uma deficiência intelectual acentuada. Aos 17 anos, ela encontrou no atletismo um rumo para a sua vida, quando a professora do ensino especial a entregou nas mãos de José Costa Pereira, selecionador de atletismo adaptado e treinador do Clube Gaia.
Conheceu o atual marido numa prova, mas só ela continuou a competir até hoje, por colocar o atletismo acima de tudo, apesar das dificuldades do dia a dia. «O meu marido deixou o desporto para trabalhar, mas adoeceu e agora está desempregado. Não é fácil viver com pouco mais de quinhentos euros mensais e depender de uma bolsa de atleta paralímpica de 322 euros, bem mais reduzida do que a dos atletas olímpicos e que chega com vários meses de atraso. Às vezes, tenho de jantar em casa dos meus pais para pagar as despesas de minha casa», lamenta a atleta de Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia, que não esmorece porém na vontade de triunfar na pista.
Em Londres, Raquel vai competir em salto em comprimento determinada pelo menos a conseguir um lugar na final. Ainda assim, confessa não saber como vai reagir ao impacte de competir num estádio com oitenta mil lugares. «Só de ver pela televisão já fico emocionada. Aquilo é impressionante, sobretudo para atletas como eu, que costumam saltar quase sem que haja pessoas a ver nas bancadas.»
Depois de cumprido em Londres o sonho de participar nuns Jogos Paralímpicos, Raquel voltará a tentar procurar emprego, talvez como ajudante de cozinha numa escola, a sua última profissão. A prioridade tem sido o atletismo, mas há outro objetivo no horizonte há demasiados anos: «Quero voltar à escola não só para trabalhar na cozinha mas também para aprender a ler e a escrever.»
Raquel Andreia de Sousa Faria Cerqueira
Idade: 29 anos
Modalidade: Atletismo (salto em comprimento)
Categoria: Deficiência intelectual
Treinador: José Costa Pereira
Clube: Clube Gaia
Local de treino: Estádio Municipal de Gaia
Feitos desportivos: Campeã mundial de 200 metros em pista coberta (Inglaterra, 2012) e campeã mundial de 60 metros em pista coberta (Estónia, 2008)
FILOMENA FRANCO
Remo
Deficiente vétebro-medular
Filomena tinha 18 anos quando um acidente de trabalho lhe transformou a vida por completo: «Trabalhava num supermercado e caí mais de oito metros no poço de um elevador. Tive uma lesão vértebro-medular que me deixou sem sensibilidade da cintura para baixo. Foi um acidente parvo. Sentia uma grande injustiça por ter ficado numa cadeira de rodas tão jovem...»
O sentimento de revolta deu lugar à vontade de seguir em frente e o desporto apareceu como um caminho a seguir. Filomena tentou a natação e o atletismo, mas há cinco anos abraçou o remo «como uma bênção» na sua vida, numa altura particularmente difícil. «Em 2005, perdi o meu pai, que era o meu pilar, meu ídolo, meu herói... A minha mãe ficou doente e também viria a falecer em 2008. O remo foi a minha psicologia. Sem isto, ia-me abaixo», conta a remadora de 37 anos, que meses depois de ter ido para o Douro experimentar a modalidade, a conselho de uma amiga, percorria o Estádio Olímpico de Pequim como porta-estandarte da comitiva portuguesa nos Jogos Paralímpicos.
O trabalho administrativo numa clínica ficou para trás depois da tentativa gorada de conciliar a profissão com treinos bidiários. «A balança pendeu para o remo. A vida é feita de sonhos e eu optei pelo meu», conta Filomena, que tem demonstrado ser um exemplo raro de perseverança. O falecimento do seu primeiro treinador fez que os seus colegas abandonassem a modalidade, desmotivados. Resistiu ela, que ainda hoje é a única praticante de remo adaptado em Portugal, dividindo os tempos entre a casa na Figueira da Foz e os treinos nos centros de alto rendimento do Pocinho e de Montemor-o-Velho. De lamentar só o muito tempo que passa sozinha, mas o objetivo é claro, depois de uma mão-cheia de medalhas em competições internacionais: «Vou a Londres para fazer melhor do que o 11.º lugar de Pequim.» O outro objetivo de vida virá num futuro não muito distante: «Quero seguir psicologia desportiva. Acho que essa vertente faz muita falta aos nossos atletas.»
Filomena Maria Rosa Esteves Franco
Idade: 37 anos
Modalidade: Remo
Categoria: Deficiência vértebro-medular
Treinador: Augusto Alberto Rodrigues
Clube: Naval 1.º de Maio
Local de treino: Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho
Feitos desportivos: Medalha de bronze em 1000 metros nos Campeonatos do Mundo (Nova Zelândia, 2010) e três medalhas de ouro em regatas internacionais
SARA DUARTE
Hipismo, dressage
Paralisia cerebral
Quando aos 7 anos Sara tomou pela primeira vez contacto com a hipoterapia, a conselho médico e por insistência de sua mãe, ela estava longe de se imaginar como a única representante do hipismo português nos Jogos Paralímpicos de Londres. Certo é que se sentiu, desde o primeiro instante, identificada com os cavalos.
Hoje, ela tem uma relação instintiva com o Neapolitano Murella, com o qual vai tentar repetir o melhor resultado conseguido pelo hipismo adaptado nacional: o quinto lugar nos Paralímpicos de Pequim 2008 em dressage (ou adestramento), disciplina de exercícios equestres que para ela são sinónimo de «trabalho e rigor».
Na verdade, a cavaleira, portadora de paralisia cerebral com 72 por cento de incapacidade física, e o seu cavalo são inseparáveis desde que há oito anos lho ofereceram: «O senhor Artur Machado, que tem uma coudelaria nos Açores, viu uma entrevista minha na televisão e decidiu oferecer-me este Lippizaner, raça austríaca com a qual todos os cavaleiros de dressage vão competir nos Jogos.»
Desde então, ela e o Murella têm colecionado títulos, como o heptacampeonato de Portugal ou uma medalha de bronze nos campeonatos europeus em 2009, e a melhorarem o dia-a-dia um do outro: «Este cavalo é como um grande amigo e potenciou todas as vantagens que o hipismo pode proporcionar a alguém que, como eu, tem paralisia cerebral. Com este desporto melhorei os meus movimentos, convivo muito mais... Faço uma vida mais normal.»
Na nova rotina de Sara passou a constar desde julho um emprego numa farmácia em Corroios, depois de no ano passado ter concluído o mestrado em Ciências Farmacêuticas. Para já, tem sido possível conciliar a atividade profissional com pelo menos uma hora de treinos diários na Academia João Cardiga, em Barcarena: «Tenho duas paixões e acredito que, com força de vontade e algum sacrifício, posso conciliar tudo, apesar de haver dias em que saio de casa às sete da manhã e só regresso às 21 horas.»
Sara Duarte
Idade: 28 anos
Modalidade: Hipismo (dressage)
Categoria: Paralisia cerebral
Treinador: João Cardiga
Clube: Academia Equestre João Cardiga
Local de treino: Academia Equestre João Cardiga
Feitos desportivos: 5.º lugar nos Jogos Paralímpicos (Pequim 2008) e medalha de bronze no Campeonato da Europa (2009)
RICARDO MARTINS DO VALE
Atletismo, 5 mil metros
Invisual
Ricardo chega todos os dias ao banco ainda antes das 8 horas da manhã. Em linguagem financeira ele é um trader, um gestor de ativos que negoceia ações, obrigações e operações cambiais em diversas praças bolsistas. Isso até às 17 horas, quando sai do trabalho e veste o fato de treino para ir correr 15 quilómetros no Estádio Universitário de Lisboa na companhia do seu guia.
Ricardo perdeu completamente a visão aos 13 anos quando o glaucoma lhe destruiu por completo o nervo ótico. Porém, não deixou que o facto de ser invisual lhe condicionasse a vida excessivamente. Quando entrou na Faculdade de Ciências de Lisboa para tirar o curso de Matemática ouviu que ali ao lado havia atletas invisuais a treinar e não descansou enquanto não foi conhecer o treinador José Santos, impulsionador do desporto para cegos em Portugal. «Sentia falta de uma atividade desportiva e comecei por hobby. Desde logo deixei claro ao meu treinador que se houvesse alguma coisa a ficar para trás seria o atletismo.»
Ao curso seguiu-se a profissão e a estes somou-se a esposa e o filho como grandes prioridades. Ainda assim, o meio-fundista não deixou de apresentar resultados. Em 2006 chegou a conquistar a medalha de bronze num campeonato do mundo na prova de 10 mil metros. «A minha imagem com dois quenianos no pódio abriu o Telejornal nesse dia», recorda Ricardo que, apesar da quinta posição nos 5 mil metros em Pequim 2008, em Londres já se dá por satisfeito com um lugar entre os oito primeiros, tendo em conta a forte concorrência dos africanos.
Para lá chegar, o atleta conta com o apoio do seu guia, um elemento fundamental no desporto para invisuais: «Os guias são os nossos olhos: dizem-nos os tempos de passagem, a posição em que estamos, se os adversários estão a ficar para trás ou se estão a atacar... Além disso, têm de ter uma forma física superior à nossa para aguentar o nosso andamento e puxar por nós se for necessário."
Ricardo Manuel Martins do Vale
Idade: 29 anos
Modalidade: Atletismo (5 mil metros)
Categoria: Invisuais
Treinador: José Jacinto dos Santos
Clube: ACAPO
Local de treino: Estádio Universitário de Lisboa
Feitos desportivos: Medalha de bronze em 10 mil metros nos Campeonatos do Mundo (Holanda, 2006), 5.º lugar nos 5 mil metros nos Jogos Paralímpicos (Pequim 2008)
JOÃO PAULO FERNANDES
Boccia
Paralisia cerebral
Poucos atletas no mundo podem gabar-se de serem bicampeões paralímpicos. João Paulo Rodrigues é um desses raros exemplos de sucesso desportivo e em Londres pode voltar a subir ao lugar mais alto do pódio para receber a medalha de ouro em boccia na categoria de BC1 - uma das quatro existentes, que difere das restantes por o jogador não ter autonomia suficiente para se movimentar na área de jogo sem o treinador.
João Paulo Rodrigues começou a praticar boccia há 14 anos. Foi no ensino especial que tomou contacto com esta modalidade em que os jogadores tentam atirar um conjunto de bolas o mais próximo possível de uma bola-alvo previamente lançada. Estranhou ao início o jogo, mas assim que entrou em competição não mais deixou de surpreender entre os seus pares.
«Comecei a competir em 2003. Fui campeão nacional e logo a seguir fiquei em primeiro lugar na Taça do Mundo. No ano seguinte, ganhei a medalha de ouro individual e por equipas nos Paralímpicos de Atenas em 2004 e em 2008 ganhei mais duas medalhas em Pequim - ouro individual e prata por equipas», recorda João Paulo, para quem este desporto representa bem mais do que um retumbante sucesso desportivo. «Se o boccia não existisse, eu estaria numa CERCI ou noutra instituição qualquer. Este desporto ajudou-me a crescer, a conhecer muitos países e sobretudo a pensar que nada é impossível, apesar de ser uma pessoa com paralisia cerebral. O importante é subir um degrau de cada vez, mas até escalar uma parede eu posso!»
Foi com esta filosofia de vida que o atleta de 28 anos foi vencendo cada desafio quotidiano, sempre com o apoio da mãe, que até trocou a casa na serra da Freita, em Vale de Cambra, por um apartamento em Aveiro. Tudo para que o filho estivesse mais próximo da universidade, onde está a tirar o curso de Novas Tecnologias para um dia procurar emprego como programador ou sonoplasta.
Para já, ele sobe na vida medindo bem cada degrau, vencendo gradualmente cada tarefa do dia a dia: «Aconselho-me com a minha mãe, que me apoia sempre, mas as decisões que tomo são minhas. Uma das mais recentes foi passar a viajar sozinho de comboio entre Aveiro e o Porto para vir treinar. O meu treinador bem me dizia que não era preciso a minha mãe ou os bombeiros trazerem-me aos treinos...»
João Paulo dos Santos Fernandes
Idade: 28 anos
Modalidade: Boccia
Categoria: Paralisia cerebral
Treinador: Luís Ferreira
Clube: ARDA-APPC
Local de treino: APPC Porto
Feitos desportivos: Três medalhas de ouro e uma de prata nos Jogos Paralímpicos (Atenas 2004 e Pequim 2008)
LENINE DA SILVA CUNHA
Salto em comprimento
Deficiente intelectual
Aos 29 anos, Lenine já perdeu a conta às vezes que se sagrou campeão nas diversas disciplinas do atletismo - salto em comprimento, triplo salto, heptatlo, pentatlo ou nas estafetas de 4x100 e 4x400 metros.
Com 134 medalhas em competições internacionais, ele é o português mais consagrado no desporto adaptado e, com a autoridade de um campeão, traça a sua meta para os Jogos Paralímpicos de Londres, onde disputa a prova de salto em comprimento: «Se não ganhar uma medalha, termino a carreira. Vai ser muito difícil, pois tenho três adversários fortes e, em 21 anos de atletismo, muito desgaste e algumas lesões.»
Para Lenine não há meias medidas. Desde o batismo que é assim. Os pais eram comunistas e quiseram dar-lhe com o nome do líder da revolução bolchevique para desagrado do padre da Afurada, núcleo piscatório de Vila Nova de Gaia. «O padre não queria batizar-me, mas as minhas tias fizeram um escândalo na igreja e ele lá teve de ceder», conta o atleta que, aos 4 anos, sofreu um ataque de meningite que lhe provocou uma deficiência intelectual. «A minha mãe encontrou-me na cama com convulsões e com 40 graus de febre. Perdi a fala, o que mais tarde me afetou na aprendizagem na escola, e fiquei com a visão e audição afetada do lado esquerdo», conta Lenine, ou Lenny, como prefere, para evitar conotações políticas.
Aos poucos foi recuperando as faculdades. Frequentou a escola até ao 8.º ano - recentemente completou o 9.º através das Novas Oportunidades - mas era na pista de atletismo que ele brilhava. A ponto de aos 17 anos ter sido convocado para os Jogos Paralímpicos de 2000, o que colidiu com o trabalho como ajudante de eletricista. «Na empresa ameaçaram-me de despedimento se fosse para Sydney durante um mês para participar nos Jogos e eu nem pensei duas vezes: "Adeus e até amanhã" e lá fui.»
Após a ausência de modalidades para atletas com deficiência intelectual em Atenas 2004 e Pequim 2008, Lenine vai, doze anos depois, voltar a participar nos Jogos Paralímpicos. Em Londres quer conquistar a medalha que lhe falta no curriculum, um objetivo que lhe tem tirado o sono: «Um destes dias sonhei-me a competir no estádio olímpico e a abraçar o meu treinador... Só não sei se o abraço era por ter ganho uma medalha ou por ali ter feito a minha despedida...»
Lenine Francisco da Silva Cunha
Idade: 29 anos
Modalidade: Atletismo (salto em comprimento)
Categoria: Deficiência intelectual
Treinador: José Costa Pereira
Clube: Clube Gaia
Local de treino: Estádio Municipal de Gaia
Feitos desportivos: 134 medalhas em competições internacionais. Campeão da Europa e do mundo em várias disciplinas do atletismo e detentor dos recordes do mundo do heptatlo, triplo salto e pentatlo (pista coberta).

CARLIFT Sistema de Transferência para Pessoas com Mobilidade Reduzida (R...


CARLIFT - Novo Sistema de Transferência de Dependentes Para o Carro 

Transferir um dependente de uma cadeira de rodas, para o assento de um transporte não adaptado, sempre foi complicado. Não sendo possível fazê-lo, através da tábua de transferências, somente resta transferirem-nos ao colo.

Felizmente foi lançado recentemente pela Rocargo -- Tecnologias de Acessibilidade, Mobilidade e Transporte, empresa do grupo Roques, uma nova alternativa. O CARLIFT, um novo produto de apoio.

É uma estrutura em alumínio de elevação manual, com uma funda em tecido, que funciona como uma grua e é aplicado no tejadilho do veículo, sem precisar fazer alteração nenhuma.

Fonte: Roca

Contrato Emprego Inserção para Pessoas com Deficiências e Incapacidades

Do blogue Nós Tetraplégicos, do meu amigo Eduardo Jorge, que é uma pessoa fantástica, transcrevo pela pertinência este texto sobre o Contrato de Emprego Inserção para pessoas com deficiência e incapacidade.

Como sabemos emprego está dificil para os ditos normais imaginem para nós...de qualquer maneira existe o Contrato Emprego-Inserção para Pessoas com Deficiências e Incapacidades do IEFP que nos permite trabalhar durante um ano em regime de estágio em qualquer IPSS, Autarquia, Junta...aconselho-vos a procurarem diretamente entidades da vossa área que se enquadrem nessas exigências e questiona-los se vos aceitam nas suas organizações.
Leiam e estudem o regulamento AQUI e verão que quem vos receber somente pagará o valor referente ao seguro de trabalho. É uma pequena quantia. Vocês receberão o equivalente ao IAS 419,00, acrescido de subsidio de alimentação e transporte.
Importante: focar bem alto nos ouvidos dos vossos possiveis empregadores que não terão que pagar vosso ordenado, se edificios forem inacessiveis é da responsabilidade do IEFP torna-los acessiveis. Tarefa deles é somente dar-vos uma chance.
Se encontrarem quem vos aceite é entrar imediatamente em contato com o IEFP. Aconselho-vos a fazerem o trabalho de procurarem quem vos possa empregar primeiro porque se ficarem à espera do IEFP nada acontecerá.

Eduardo Jorge

Os Objetivos

Promover e apoiar a sua transição para o mercado de trabalho através da participação das pessoas com deficiências e incapacidades em atividades socialmente úteis com vista a reforçar as suas competências relacionais e pessoais, valorizar a autoestima, bem como estimular hábitos de trabalho.

Os Destinatários

Pessoas com deficiências e incapacidades, desempregadas ou à procura do 1.º emprego, inscritas nos Centros de Emprego.O Projeto-Tipo

Realização de atividades socialmente úteis, em entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, durante um período máximo de 12 meses.

Apoios

Bolsa de ocupação mensal no valor do IAS para desempregados que não estejam a auferir prestações de desemprego;

Bolsa mensal complementar no valor de 20% do IAS para os desempregados beneficiários do subsídio de desemprego ou do subsídio social de desemprego;

Despesas de transporte;
Subsídio de alimentação;
Seguro de acidentes pessoais.

O Enquadramento Legal

Decreto-Lei n.º 290/2009, de 12 de outubro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 24/2011, de 16 de Junho
Despacho Normativo n.º 18/2010, publicado no Diário da República, 2ª série, n.º 124, de 29-06-2010
Portaria n.º 128/2009, de 30 de janeiro, republicada pela Portaria n.º 164/2011, de 18 abril
Para obter informação mais detalhada sobre esta modalidade de Emprego Apoiado dirija-se ao Centro de Emprego da sua área ou consulte o Manual de Procedimentos(atualizado em 28-02-2012).
Nota: Para as candidaturas apresentadas e decididas até 18 de abril de 2011, consultar o respetivo Manual de Procedimentos.
Fonte: Blogue Nós Tetraplégicos

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Um esclarecimento que se impõe!









Diversos órgãos de comunicação social veicularam nos passados dia 17 e 18 de Agosto que o Instituto Português de Desporto e Juventude (IPDJ) tinha garantido "que os pagamentos aos atletas paralímpicos que vão participar nos Jogos de Londres estão em dia". Por não corresponder à verdade o Comité Paralímpico de Portugal (CPP) vê-se coagido a proceder aos seguintes esclarecimentos:
1 - À data da supra descrita afirmação, o CPP tinha por receber 116 000 € (cento e dezasseis mil euros) dos contratos assinados com o IPDJ;
2 - O programa de preparação Londres 2012 encontra-se a ser financiado por dois contratos, a saber:
 - Contrato Programa Preparação Paralímpica Londres 2012 nº 433/2009 de 24 de Setembro de 2009;
 - Contrato Programa n.º CP/60/DDF/2011 Aditamento ao contrato-programa de Execução do Programa de Preparação Paralímpica Londres 2012 nº 433/ 2009 que prevê um pagamento adicional de 110 000 (cento e dez mil euros) durante cinco meses, de Maio a Setembro, num valor mensal de 22 000€.
3 - Importa então esclarecer quanto aos pagamentos efetuados:
 - Do Contrato Programa Preparação Londres 2012 nº 433/2009, o IPDJ teve em atraso até à presente data por pagar os meses de Julho e Agosto, num total de 50 000€ (cinquenta mil euros) verba que apenas hoje dia 20 de Agosto deu entrada nas contas do CPP;
- Quanto ao Contrato Programa de Aditamento, o CPP apenas foi ressarcido do primeiro mês (22 000€) estando em divida os meses de Junho, Julho e Agosto num total de 66 000 € (sessenta e seis mil euros).
Face aos factos supra referidos somos forçados a tornar público que na verdade os pagamentos aos atletas paralímpicos que vão participar nos Jogos de Londres não estão em dia. Ética é também afirmar a verdade mesmo que ela nos seja desagradável.
O Comité Paralímpico de Portugal exorta todos os que estão envolvidos neste projeto para que não deixem de fazer o seu melhor para que a participação portuguesa, mais uma vez, se assuma como um momento de excelência, pedindo por isso a todos os portugueses que apoiem todos aqueles que por certo estão neste momento compenetrados  dando o seu melhor para que numa determinada e permanente atitude de superação nos possam encher de orgulho.
Fonte: Comité Paralímpico de Portugal
 

Santa Casa substitui cheque por entrega direta dos produtos para pessoas com deficiência


As cadeiras de rodas e outros produtos de apoio a pessoas com deficiência e idosos passam a ser entregues diretamente pela Misericórdia de Lisboa aos requerentes

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) já iniciou o processo de atribuição direta de produtos destinados a apoiar pessoas com deficiência e idosos.

Luisa Dias foi a primeira beneficiária a receber uma cadeira de rodas elétrica, no passado dia 16 de Agosto, por meio deste método, em que o requerente passa a receber diretamente o produto a que se candidatou em vez de lhe ser atribuído um cheque para o adquirir. A entrega é feita na presença da empresa fornecedora do produto de apoio e da terapeuta ocupacional do Serviço de Gestão de Produtos de Apoio da SCML - SGPA.

No âmbito do programa de financiamento de produtos de apoio onde a SCML se substitui à Segurança Social na Cidade de Lisboa desde 2003, foram satisfeitas 31 das 140 candidaturas apresentadas até agora, este ano, para produtos como cadeiras de rodas, andarilhos, equipamentos para treino de músculos respiratórios, unidades de oxigénio, almofadas para sentar ou colchões para prevenir úlceras de pressão, entre outras.

Em média, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa recebe 150 candidaturas anuais e com este novo modelo pretende prestar um serviço de maior qualidade e de satisfação dos seus utentes - requerentes.

Ao Serviço de Gestão de Produtos de Apoio da SCML compete a gestão por empréstimo dos produtos de apoio a todos os equipamentos da Misericórdia de Lisboa, bem como a avaliação e gestão dos financiamentos provenientes da Segurança Social para o financiamento dos produtos de apoio a requerentes que residam em Lisboa.

Na avaliação que faz de cada pedido, a SCML segue o princípio do "impacto que o produto de apoio tem na vida do requerente-beneficiário".

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Lançamento do livro "Testemunhos de Ouro"












 "Testemunhos de Ouro" é o livro que conta a verdadeira natureza dos atletas paralímpicos de Portugal. Como o próprio título indica, onze atletas e ex-atletas participantes em Jogos Paralímpicos dão o seu testemunho, onde contam as suas incríveis histórias de vida, do nascimento até à escolha do desporto como forma de superação e à frutuosa carreira desportiva, com a passagem pelos Jogos Paralímpicos.
 «Ser "normal" é só um estado de espírito», é dito num desses testemunhos. Não pode ser mais verdade. E estes atletas do passado e do presente falam do desporto paralímpico português, projectando-o já no futuro, a partir dos Jogos Paralímpicos de Londres em 2012 e daí em diante. 
Aos testemunhos dos atletas e ex-atletas, junta-se o do autor, o jornalista Marco António (TVI), como ex-desportista (Atletismo) e confesso desconhecedor da realidade do desporto para pessoas com deficiência. Levou a cabo este projecto precisamente para tentar colmatar essa lacuna pessoal e o desconhecimento que sente na sociedade portuguesa em relação ao desporto paralímpico.
 Testemunhos de: 
- Carlos Lopes, ex-atleta paralímpico retirado da competição após Pequim 2008 e Vice-presidente do CPP

- Luís Gonçalves, atleta paralímpico em Pequim 2008

- Carlos Batista, cavaleiro paralímpico em Atenas 2004

- Sara Duarte, cavaleira que estará presente nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012

- Luísa Silvano, ex-velejadora paralímpica, retirada da competição após Pequim 2008

- Bento Amaral, ex-velejador paralímpico e campeão do mundo de Vela Adaptada, retirado da competição após Pequim 2008

- Lenine Cunha, atleta que estará presente nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012

- Hugo Passos, lutador apontado aos Jogos Surdolímpicos de 2013

- Mário Peixoto, praticante de Boccia paralímpico em Pequim 2008

- José Carlos Macedo, praticante de Boccia que estará presente nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012

- Leila Marques, ex-nadadora paralímpica, retirada após Pequim 2008 e ex-presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência

Atletas entrevistados por Marco António e fotografados por Júlio Barulho, repórter de imagem da TVI. Um trabalho inteiramente sem fins lucrativos. O livro é publicado exclusivamente online,  na página oficial do Comité Paralímpico de Portugal na internet, em versão "default" (fundo branco, letra negra) e "contraste" (fundo negro, letra branca).

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

João Henriques tomou posse como provedor na Lousã


Foi um salão nobre cheio aquele que aplaudiu, em pé, o novo provedor da Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã, João Henriques, numa cerimónia onde este e o próprio grupo técnico e o recém criado Conselho Consultivo tomaram posse, assinalando a continuidade de um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos no concelho.

João Henriques assumiu-se preparado para abraçar este desafio - que já acarinha desde 2006, altura em que se tornou assessor do primeiro provedor das pessoas com incapacidade da Lousã, Ernesto Carvalhinho que, agora passará a coordenar o recém criado Conselho Consultivo - confessando esperar «fazer o melhor», e pedindo «ao grupo técnico criatividade para defender os direitos de todos» e a «colaboração de todos os lousanenses» neste trabalho.

Questões de Ordem Sexual: Análise Qualitativa das Dúvidas Após uma Lesão Medular

Este artigo apresenta e discute os resultados obtidos junto de 35 portugueses com lesão medular adquirida a quem foi perguntado que tipo de questões de ordem sexual gostariam de colocar à equipa clínica que os assiste. 

Através da colheita de dados individual foram elaboradas categorias significativas, que emergiram das percepções dos sujeitos, constituindo, assim, o discurso do grupo que originou a conclusão. 

Este estudo permitiu o acesso a significados que traduziram as necessidades percebidas relativamente a informações de ordem clínica, frequentemente negligenciadas.

Fonte e estudo completo: Revista Cientifica da Ordem dos Médicos

Iªs Jornadas em Traumatologia Vértebro Medular



«Cuidar da Pessoa com Traumatismo Vértebro Medular: da Lesão à Integração na Comunidade»; «Adquirir a Autonomia: Área de Cuidados - Eliminação e Sexualidade»; «Abordagem Interdisciplinar à Pessoa com Lesão Vértebro Medular»; «Vivência e Inovação em Equipa», são alguns dos temas em análise nas Iªs Jornadas em Traumatologia Vértebro Medular.

Trata-se de uma organização da Unidade Vértebro Medular do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, e da Associação Científica dos Enfermeiros (ACE).

Fonte e informação completa: Ordem dos Enfermeiros

sábado, 18 de agosto de 2012

Badminton Adaptado.



É um jogo curioso e rápido, com registro de peteca atingindo 200 km por hora. É jogado em uma quadra que mede 13,40m x 6,10m, dividido por uma rede com a altura variando de acordo com a categoria. O jogo tem duração máxima de 3 gamesvencendo quem atingir 21 pontos primeiro (caso empate em 20 a 20 o jogo é prolongado até que se tenha feito 2 pontos de diferença, atingindo no máximo 30 pontos). O Badminton é jogado em 140 países e sua federação surgiu em 1934.


Badminton Adaptado foi reconhecido em 1996 pelos fundadores da Associação Internacional de Badminton para Deficientes. Atualmente existe mais de 30 países filiados a referida associação, tendo como principal objetivo a difusão do esporte pelo mundo e a inclusão do mesmo nas Paraolimpíadas. Foi trazido para o Brasil pelo professor Létisson Samarone de Brasília – DF (Diretor do Badminton Adaptado no Brasil)


As adaptações estão relacionadas às categorias, nivelando os atletas de acordo com suas deficiências, equiparando-os. No Badminton Adaptado há 10 categorias: 3 categorias para cadeirantes (W1, W2 e W3 – W de Wheelchair: cadeira de rodas em inglês) e 7 para andantes (S1, S2, S3, S4, S5, S6 e S7 – S de Standing: andantes em inglês). Para saber em qual categoria o atleta se enquadra, é necessário passar por uma classificação funcional feita por avaliadores capacitados.


Categorias do Badminton Adaptado


Wheelchair (cadeira de rodas)
- Na categoria Wheelchair (cadeira de rodas) se enquadram os atletas com grande e pequenos comprometimentos e que fazem obrigatoriamente uso de cadeiras de rodas para se locomover. Nesta modalidade o uso da cadeira esportiva é obrigatório não podendo o atleta competir com a sua cadeira usual. Um ponto positivo destas é que, após estudos, ficam compatíveis com a funcionalidade do atleta, pois, irá valorizar suas potencialidades e amenizar os seus comprometimentos.
Nas competições desta categoria, algumas regras são diferentes para favorecer os jogadores, tais como:
- A rede tem a altura diminuída (1,40m), bem como o saque pode ser feito com a raquete na linha da axila.
- A cadeira de rodas é considerada parte do jogador, neste caso, se a peteca atingir alguma parte da cadeira é considerado como se tivesse atingido parte do jogador, sendo portanto falta.
- Quando a peteca está em jogo, os pés dos atletas devem permanecer em contato com o suporte para os pés. Em nenhum momento, do jogo, o jogador pode colocar os pés em contato com o chão.
- Uma cadeira de rodas pode ser equipado por um apoio da roda traseira, que pode se estender além das rodas principais.
- Nesta categoria há a disputa de duas modalidades: Simples e duplas, masculino e feminino.


Standing (andantes)
- Na categoria Standing (andantes) se enquadram os atletas com comprometimento nas duas pernas, comprometimento em apenas
uma das pernas, comprometimento em um dos membros superiores, com amputação ou má formação em uma das pernas, com ou sem prótese, jogando de muleta ou não e portadores de hemiplegia.
- Nesta categoria as regras se são semelhantes às regras do Badminton convencional. Como a altura da rede, 1,55m, a quadra, a altura da raquete no momento do saque ( na cintura), entre outras.
- Também, na categoria standing há a disputa de duas modalidades: Simples e duplas, masculino e feminino.

Fonte: educopediaef

Casas de banho adaptadas



Noções Gerais

Os WC's adaptados atendem a quem utiliza cadeira de rodas, aparelhos ortopédicos, próteses e também a quem precisa de apoio, como idosos e crianças.
Os sanitários para pessoas com deficiência física devem ser facilmente acessados, ficando próximos das circulações principais e sinalizados. 

Veja o artigo completo sobre casas de banho adaptadas no Deficiente Ciente.

Almofada antiescaras Amovida


A nova almofada Amovida anti-escaras foi concebida para assegurar uma ideal distribuição do peso e prevenindo assim úlceras de pressão.

Em testes efectuados,  para medições de pressão utilizou-se um boneco sentado, representando um indivíduo de peso médio (80 kg). Os testes demonstaram que  a Almofada Amovida (A) reduz significativamente a pressão máxima na área onde podem desenvolver-se úlceras de pressão ( conhecida como a área de tuberosidade isquiática), comparando com uma almofada standard de 6 cm para cadeira de rodas (B).


Enviado e informação completa em Valgus Ortopedia

"Ajudas Técnicas/Produtos de Apoio: Porque o INR nada faz?" - Artigo de Eduardo Jorge

O meu amigo Eduardo Jorge no seu Blogue Nós Tetraplégicos publicou umas questões muito pertinentes que colocou sobre o financiamento das Ajudas Técnicas ao Instituto Nacional de Reabilitação e respectiva resposta. Pelo seu extremo interesse coloco aqui o referido artigo.


Eduardo Jorge : No seu ponto nº 4 o Despacho n.º 3520/2012 informa: "As verbas referidas nos números anteriores poderão vir a ser reforçadas durante o ano de 2012, por despacho conjunto dos Ministérios da Economia e do Emprego, da Saúde e da Solidariedade e Segurança Social, mediante parecer da(s) entidade(s) financiadora(s) e do Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P."


Na maioria do país conseguir através do SAPA por exemplo fraldas, algálias, cateteres, etc. (para não mencionar outros produtos mais caros) está a ser impossivel. Processos vêm todos indeferidos por falta de verbas. Mas como bem podemos ver acima, no seu ponto nº 4, o INR pode e deve agir. Porque não o faz? Vejam abaixo a resposta dada pelo INR. Em verde está sublinhada a frase que não se entende. Ou seja, INR informa que desde que as verbas esgotem nada mais haverá a fazer...mas há, está claro no ponto nº 4. Será que INR se esqueceu?


Exmo Srº

Na sequência da mensagem de correio eletrónico que enviou para o Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., (INR, I.P.), que mereceu a nossa melhor atenção e, no que se refere à prescrição de uma cadeira de rodas elétrica, informo V. Ex.ª do seguinte:

O Despacho n.º 6133/2012, de 10 de maio, II série, os Produtos de Apoio (Ajudas Técnicas), no n.º 5 determina que o financiamento é de 100 %, quando o Produto de Apoio (Ajuda Técnica) não conste das tabelas de reembolsos do Serviço Nacional de Saúde, do subsistema de saúde de que o cidadão é beneficiário, ou quando não é comparticipado por companhia seguradora. Quando o Produto de Apoio (Ajuda Técnica) consta das tabelas de reembolsos do Serviço Nacional de Saúde, de subsistema de saúde, ou, ainda, quando é coberta por companhia seguradora, o financiamento é do montante correspondente à diferença entre o custo do Produto de Apoio (Ajuda Técnica) e o valor da respetiva comparticipação. Ou seja o subsistema de saúde reembolsa um determinado valor e a diferença entre o valor reembolsado e o valor do produto de apoio é objeto de financiamento. De referir que este financiamento termina quando esgotada a verba atribuída à entidade financiadora.

Assim, tratando-se de uma cadeira de rodas elétrica, consta da lista homologada anexa ao referido despacho (anexo III) com o código 12 23 06, e tem o nível de prescrição 1, 2 e 3 e poderá ser prescrita por:

- PA/AT de Nível 1 - Centros de Saúde e Hospitais de Nível 1;

- PA/AT de Nível 2 - Hospitais de Nível 1 plataforma B e Hospitais Distritais;

- PA/AT de Nível 3 - Hospitais Distritais plataforma A, Hospitais Centrais, Centros Especializados com equipa de reabilitação constituída por médico e pessoal técnico especializado de acordo com a tipologia da deficiência.

Nesse contexto, V. Ex.ª poderá obter uma prescrição junto do Centro de Saúde da sua área de residência, de um hospital, bem como junto de um Centro Especializado com equipa de reabilitação constituída por médico e pessoal técnico especializado.

De referir que, quando as prescrições são efetuadas pelos hospitais os mesmos são entidades financiadoras. No caso da prescrição ser efetuada por um centro especializado ou por um centro de saúde, o processo de financiamento é realizado junto do Centro Distrital da Segurança Social da área de residência do requerente.

Quando o processo de financiamento for realizado pelo Centro Distrital da Segurança Social, o processo de instrução de candidatura deve obedecer às seguintes condições:

a) Preenchimento correto da ficha de prescrição (Anexo I) obrigatoriamente incluindo: fotocópia legível do bilhete de identidade ou cartão do cidadão e três (3) orçamentos distintos para aquisição do Produto de Apoio (Ajuda Técnica), atualizados e datados referentes ao ano do pedido.

De referir que a análise do processo está sujeita à verificação da necessidade e ou impacto que o produto de apoio terá para o requerente/candidato, no contexto da sua vida quotidiana.

Para mais esclarecimentos poderá aceder ao site do INR, I.P. www.inr.pt, no menu “perguntas frequentes”,http://www.inr.pt/content/1/59/ajudas-tecnicas-produtos-de-apoio.

Colocando-nos à disposição de V. Ex.ª, para qualquer outro esclarecimento de que necessite através do e-mail inr@inr.msss.pt, agradecemos o preenchimento do Inquérito de Satisfação que se encontra em anexo à presente resposta.

Com os melhores cumprimentos,

O Conselho Diretivo do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P.
Av. Conde de Valbom nº 63
1069 - 178 Lisboa
Email: inr@inr.msss.pt
Web: www.inr.pt